Compartilho com vocês partes dos escritos da autora Teresa Moorey, em seu livro, A Deusa.
Partes que ao meu ver expõem com bastante clareza o como vemos, eu e mais outras esse Reencontro com deidades femininas.
Meus asteriscos ao lado do termo Deusa, se referem ao meu entendimento de ser para politeístas melhor apreendido usar em lugar dele, a palavra Deusas.
" a reaceitação da Deusa* poderia fazer muito para curar as divisões, encorajando-nos a encarar os aspectos da nossa natureza e a pensar profundamente antes de condenarmos alguém ou algo como "mau". No entanto o culto à Deusa* não é um convite para fazermos exatamente aquilo de que gostamos, pois traz consigo uma percepção da teia cósmica, e de como cada ação afeta o todo e afeta a nós. Não há dogma, e a única regra e "não lesar ninguém", mas o ideal é que se tenha uma grande dose de responsabilidade pessoal".
" (...) Além disso, há muitos pagãos radicalmente feministas que pensam na Deusa* isoladamente. Num sentido geral, há um número considerável de mulheres que estão procurando em imagens e histórias da Deusa* uma fonte de inspiração, embora possivelmente não designem a si mesmas pelo termo "pagã". Isso não faz diferença, pois não há catecismo na Deusa* para causar agonias de consciência."
"Descarta a necessidade de sistemas cristalizados, que em vez de criar ordem têm dados lugar a lutas".
" A Deusa* não é um deus travestido. Ela* não está sentada nas nuvens vestindo um peitoral tamanho P. Como nos velhos tempos, Ela* está dentro de nós e ao nosso redor. Exaltar o Feminino não significa colocar uma mulher, em vez de um homem, na chefia de uma organização; significa uma reavaliação radical de funções e de abordagens que estimule uma cooperação maior. Há muitos caminhos a se explorar nos quais as mulheres podem ser dotadas de maior poder e autodeterminação sem sentir que têm de "tornar-se" homens. (...) Precisamos investigar - com respeito, tentando abandonar nossos velhos padrões de comparação".
Parceria, igualdade, estudo, assunção de posições críticas estão ao meu ver intimamente ligadas à espiritualidade que centra seu foco em um Divino Feminino.
Não há uma simples identificação com formas físicas semelhantes, mas sim o resgate de um lugar dentro do eixo sócio-cultural, econômico-espiritual.
Não é ao meu ver a busca pela exclusão do masculino em nossas vidas, afinal há sim homens maravilhosos que compreendem bem essa nossa sede espiritual, que a compartem e incentivam (vide meu parceiro), e nós as mulheres que construímos esse fazer espiritual, temos plena capacidade de gerar em todo sentido, novos homens, completos com o feminino. Uma nova pequena geração de homens que olham para o feminino com os mesmos olhos das suas progenitoras.
Creio que é assim que essa espiritualidade é construída, é um sistema de parceria, mas com a liberdade absoluta em entender o mundo das deidades como femininas, com a liberdade para celebrar com outras fêmeas. Com a liberdade plena para reconstruir conceitos sociais, lutar pelas mudanças de status quo, com a liberdade de ser, de merecer respeito, de respeitar e refazer nosso mundo.
Obrigada,
Luciana Onofre
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